Encontro Nacional sob o signo de “ Para Que Outros Vivam”

Pela quadragésima segunda vez a Associação de Especialistas da Força Aérea reuniu-se a nível nacional no seu encontro anual, comemorativo do seu 42º aniversário que ocorreu a 27 de março, tendo o evento sido realizado no dia 30 do mesmo mês na Base Aérea N.º 6, sita no Montijo.

Para esta opção duas realidades estiveram em presença na tomada de decisão da Direção Nacional aquando da escolha do local: a possível desativação da B. A. 6 a curto prazo e homenagem à Esquadra 751 que constitui a frente, popularmente, mais visível da nossa Força Aérea.

E, perante este desafio, os Especialistas souberam dizer presente e compareceram num número inimaginável face a anos anteriores: 723. Vieram de Norte a Sul, do Centro e também dos Açores.

Estavam reunidas todas as condições para uma jornada de convívio ímpar onde as presenças iam desde o incorporado em 1950 atá ao incorporado em 2010.

Mas, vamos por partes. Que se justifica.

Com um céu a fazer desconstruir todas a teorias do mais otimista dos meteorologistas, a chuva apenas deu a sua bênção e foi-se.


Á chegada do Senhor Tenente General José Mata, em representação de Sua Excelência o Chefe de Estado Maior da Força Aérea Portuguesa, General Joaquim Borrego, ouviu-se o hino da Força Aérea Portuguesa seguido da Marcha do Especialista cujas músicas enterneceram o ambiente e nos motivaram para o grande objetivo que nos reunia: conviver, matar saudades e dizermos que somos Especialistas da Força Aérea.



O Capelão Tenente Coronel Jorge Almeida, conjuntamente com o quarteto da banda de Música da Força Aérea Portuguesa fizeram-nos recordar todos quantos, que eram nossos, já partiram. De seguida a Direção Nacional depôs uma coroa de flores em memória dos nossos heróis.







Como introdução aos discursos institucionais, o Vice Presidente João Carlos Silva apresentou uma resenha histórica da Base Aérea nº6, desde o seu início como Centro de Aviação Naval Sacadura Cabral.



O Presidente da Mesa da Assembleia Geral, César Oliveira, falou sobre o nosso futuro enquanto Associação. Sobre o seu rejuvenescimento, sobre o futuro dos corpos dirigentes. Fez um apelo veemente à participação dos associados na vida da nossa Associação.



Seguiu-se-lhe, no uso da palavra, o Presidente da Direção Nacional, Paulo Castro, que após um agradecimento a todos os presentes deu um destaque enfático aos dirigentes dos nossos Núcleos já que, apesar de toda a coordenação da Direção Nacional, foram eles os motores de tanta galvanização dos associados. Focou o facto de se estar sob a contingência de um plano B e de os recursos humanos na Força Aérea serem completamente díspares daqueles que nós, outrora, constatámos. “Por vezes acusam-nos de falta de imaginação quando repetimos a mesma base. A realidade é outra”, disse.



Como vem sendo norma desta atual equipa diretiva foram entregues os prémios que consagram o melhor Núcleo do Ano e o melhor Especialista. Talvez que o melhor se encontre desadequado. O que pretende a Direção Nacional é homenagear aqueles que mais se dedicam e trabalham em prol do nosso objetivo comum; dignificarmos o Especialista. E aqui o Núcleo do Alentejo , nos parâmetros considerados, foi considerado o Núcleo de 2018 tendo recebido o respetivo galardão o seu Presidente José Rojão. Eduardo Santos, pelo seu apego ao voluntariado e à nossa Associação foi homenageado como o mais dedicado de 2018, pelo que recebeu, igualmente, a devida menção.



Os dirigentes nacionais entregaram lembranças aos convidados conforme é nosso hábito, desta feita nas pessoas do Tenente General José Mata e do Comandante da B. A. 6 Coronel Luís Graça a quém desde já agradecemos todo o apoio para que este evento fosse possível.



Seguiu-se uma curta intervenção do Tenente General José Mata que num breve improviso nos disse, entre outras coisas, aquilo que nos Honra: “Vocês têm história e têm memória”. Obrigado nosso General, é verdade.



Seguiu-se a homenagem à Esquadra 751.

Feita a respectiva resenha histórica, não foi possível, na altura, proceder à entrega da placa de cristal ao Comandante por este estar a preparar o voo de apresentação com que nos iria brindar posteriormente. Mas a placa, onde se podia ler:

“”No seu 42º Encontro Anual Nacional a Associação de Especialistas da Força Aérea tem a sublime honra de render os seus maiores preitos a todos quantos, desde 1978, serviram e servem a Esquadra 751 sob a determinação do lema:” Para que outros vivam”.
Montijo, 30 de março de 2019””


foi entregue.



Depois, a ansiosamente esperada chamada por anos feita pelo Presidente da Direção Nacional. Em respeito e em memória iniciou a chamada por ano em 1939, data da incorporação do nosso mais velho e também já ido, o Cabo Lemos. Mas quem respondeu primeiro foi “apenas” de 1950 Artur Lemos, do Núcleo de Aveiro . A habitual brincadeira, os habituais afrontas aos maçaricos (coisa de que ninguém se pode vangloriar) até que, finalmente, lá veio o maçarico dos maçaricos de 2010 Licínio Rosário. Sê bem-vindo e volta sempre.

 


Seguimos todos, recorde-se mais de setecentos, para a foto de família que lá foi possível realizar enquadrada por dois “aviocar”.




Entretanto o EH 101 (Merlin) que já estava a “aquecer” como foi dito anteriormente lá surgiu em voo rasante e depois executou manobras táticas que todos apreciaram. Saíu cedo já que foi proceder à evacuação de um praticante de asa delta que não terá aterrado no melho local, perto de Peniche.



E nós, lá fomos para o nosso almoço convívio. Ver entrar a turba foi algo de impressionante. O que não constituía bom augúrio.

Num hangar decorado com o pendão da nossa Associação e com as bandeiras de todos os Núcleos da Associação deu-se inicio a mais uma excelente tarde de convívio.




O nosso camarada Tino Costa deu-nos a música que tanto apreciamos e ainda foi possível cantar os parabéns ao José Andrade que perfazia 80 ano de vida, ele que preside ao Núcleo de Coimbra .



Entre abraços e trocas de contactos deu-se o retorno a destinos como Bragança, Viana do Castelo, Covilhã ou Portimão.

Sete centenas de Especialistas que mais uma vez promoveram a nossa identidade, o nosso querer e o nosso amor e reconhecimento à Força Aérea Portuguesa que garbosamente servimos e auxiliamos a construir os alicerces de hoje e de amanhã.


Contudo nem tudo correu em tons cor de rosa.

Nada nem ninguém pode ficar mais pesaroso pelo que corre menos bem de que os organizadores.

O processo do almoço deixou-nos constrangidos. Habituámos os nossos associados a um padrão elevado de serviço que não se verificou neste encontro nacional. Estamos tristes.

Iniciámos em janeiro o processo de organização com a Unidade. Nove dias antes do evento fomos confrontados com a impossibilidade de a messe nos poder servir a refeição por razões orgânicas. Tivemos de recorrer, não ao plano B, mas ao plano C que consistiu em contratar um serviço de “catering” com muitas dúvidas, mas com garantias expressas de um bom serviço. Só que salgados (3.700) escassearam e os pontos de distribuição estavam mal situados e eram muito poucos. Estes dois fatores deram aso a enormes filas e consequentemente grande espera pela refeição. Não correu bem e os sócios merecem melhor. Houve quem não nos perdoasse, mas a esmagadora maioria percebeu e apoiou.

Uma outra crítica de que fomos alvo e que se nos afigura preocupante.

Sejamos muito claros!

O bolo de aniversário, feito por um pasteleiro profissinal que, não tem a obrigação de conhecer o nosso espírito, alindou o bolo da melhor forma possível. Inspirou-se, talvez, na internet e deu o que deu. Tornou extensivel aos aviões, à torre de controlo, a um suposto heliporto, aos amblemas da AEFA, da B. A. 6 e de Esq. 751 e… a uma boina da polícia aérea. Note-se que mal foi oportuno foi retirada para outro espaço.

Entedemos a animosidade. Contudo há preceitos que temos de nos habituar isto se queremos manter viva e com associados a nossa Associação. Note-se que desda a década de oitenta do século passado o polícia aéreo é formalmente considerado como Especialista.

Teremos de nos reconciliar com o tempo.

Não correu de acordo com os nossos parâmetros a componente refeição pelo que nos penitenciamos.


No último ano do nosso mandato voltaremos a tentar o nosso melhor e vamos conseguir!




Fotografias: Augusto Ferreira, Rui Ferreira, Viegas, João Carlos Silva


04 de abril de 2019


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